sexta-feira, 4 de maio de 2007

Dá um trocado aí!?


Quem mora em São Paulo concordará. Quem não mora, também.

Ontem, na facu, apareceu uma senhora, jovem, acompanhada de uma criança. Os dois nos abordaram e levei o maior susto. Aquela hora da noite só podia ser assalto, já estava dando adeus ao meu celular novo! Ainda a estranha resmungava ter sido mal tratada por alguém. Feliz ou infelizmente não era um assalto. Ela queria dinheiro. Ostentava uma receita médica na mão e jurava que o menino era tinha bronquite. Como sou um tanto cético aos pedintes, ia pedir por garoto dar uma tossida, mas hesitei.

Deixei a moça terminar seu discurso e com todo meu espírito cristão, contribui. A senhora beijou-me os pés, deu três cambalhotas, rebolou e partiu, radiante.

Esse foi só mais um caso em sampa! Quem anda de ônibus, trem ou metrô concordará que esses meios de transporte estão virando meios de sobrevivência. Mulheres com crianças famintas; idosos exibindo feridas na perna, mendigos mal cheirosos e uma infinidade de tipos que se repetem. Nas ruas, nas portas dos bares e nas praças, em todo canto.

Antes de entrar em qualquer boteco, pra comprar um chiclete, que me dará dor dente, olho pros quatro contos pra ver se não tem uma criança de rua que me pedirá um trocado. Evito certas ruas e regiões, mas é inevitável....

Quando vou sair de casa, tenho de pensar no dinheiro pra passagem, pro lanche, pros imprevistos e claro, pros necessitados. E uma boa soma. Pode-se encotrar dezenas deles numa breve saidinha. Nem vou na padaria mais. Como alegar falta de recursos se você é flagrado na saída de um comércio? É um golpe, afinal! Armação! Uma conspiração. Uma revolução dos mais necessitados contra aqueles que levam mixarias no bolso.

Por isso, agora, seleciono a quem irei ajudar. Faço entrevista ou sorteio; concurso ou jogo de perguntas! Analiso as roupas, o estado do cabelo e uso a máquina de detectar mentira. Se não fosse assim, no final do dia, quem pediria esmola seria eu!

10 comentários:

Unknown disse...

"Porque nestes cantos
a lama dos vagabundos
escorre dos prantos!"

Grato pelos elogios, meu caro.
Continuemos o diálogo.

Um abraço!

Richard Aléxis disse...

Parabéns, pra mim esse foi o melhor post! Enfim comprou um celular e nem passa pra gente? Ingrato não...
Desculpe pelo feriado, não consegui falar com ngm...
É engraçado como as coisas mudam com o tempo não?
Mantenha contato e vai passando seu Cel.!!

Benone Lopes disse...

Obrigado pelo elogio! Como Ataualpa disse vamos continuar o diálogo.

Gostei muito da irreverência do texto. Cuiabá não tem tantos pedintes e existem diversas histórias sobre os mais "famosos". Eu pouco importo com as histórias, se tenho dou, se não paciência.
Comentaram para mim um dia desses, um quadro do "Tv Pirata", onde um mendigo aborda uma grã-fina pedindo dinheiro para tomar uma cachacinha, esta por sua vez nega dizendo: "Você vai comprar pão. Eu sei. Olha esse seu bafo de pão. De que adianta? Não dou pão velho!" E os dois vão até o final da rua nesse diálogo.
Irreverentes e criticos, sempre.

Grande abraço!

Li disse...

Eu chamo isso de o exercício de aprender a dizer não... E uso uma técnica meio abstrata: se tocou meu coração, ponho a mão no bolso... O exercício de aprender a dizer não atrelado ao exercício de sentir... é, não é fácil!

Beijo!

Paulo Fernando disse...

Aqui no Rio de Janeiro não é muito diferente... Esse "problemas social" é caudado por outros problemas sociais gravíssimos, como por exemplo: falta de investimentos nas áreas de saúde, educação e cultura...

Abraços!

Vinícius Rodovalho disse...

Nunca se sabe se realmente precisam ou não do que pedem. Às vezes, querem dinheiro para comprar remédios, outras, para beber uma cerveja. Mas como moro numa cidade do interior, tem menos mendigos por aqui. Ajudo sempre que posso, porque tenho medo de estar negando ajuda a quem realmente precisa. Mas se morasse em SP ou RJ, as coisas seriam bem diferentes.
Ah, obrigado pelo seu comentário no meu blog!

Wagner disse...

cara... juro que nunca li um texto sequer do sidney sheldon! uma vergonha, uma vergonha...

Bárbara Lemos disse...

Engraçado... a cena repete-se pelos arredores da minha universidade também e não estou em sampa. É a dura realidade das ruas, mas não a encaro como se fosse culpa dos necessitados simplesmente por que não é.
Tenho uma visão um tanto quanto diferente da sua, mas acho que isso não vem muito ao caso.
Gostei dos textos, mas existem certos errinhos (preposições que faltam, letras trocadas e etc) de atenção. Aconselharia-te a rever os teus escritos antes de postá-los.
:)

Bisous

Davi Coelho disse...

huahuahuahuahauauh
Gostei do texto moço.
Aqui no Maranhão, a sensação é mendigar nos ônibus (ou vender traquitanas e afins..)
Grande Abraço!

Anônimo disse...

intiresno muito, obrigado